Empresas com mais mulheres em cargos de liderança ou em seus conselhos têm melhor desempenho na Bolsa, segundo o banco Goldman Sachs, melhores notas de crédito, de acordo com a agência de classificação de risco Moody’s, e até resultados melhores financeiros, diz a ONU. Uma recente pesquisa, divulgada este ano, agrega mais algumas vantagens, desta vez para os funcionários.
De acordo com a pesquisa, realizada pela corretora Willis Towers Watson em parceria com a Bloomberg, companhias com mulheres em cargos executivos oferecem experiências mais positivas aos empregados em termos de carreira, equiparação salarial, desenvolvimento de habilidades, confiança na liderança e apoio gerencial. Ou seja, mostra que é cada vez mais necessário estabelecer uma força de trabalho verdadeiramente diversificada em todos os níveis organizacionais.
Segundo Erika Graciotto, que conduziu o estudo, as empresas estão descobrindo que, ao apoiar e promover um ambiente de trabalho diverso, estão obtendo benefícios que vão além da ótica de imagem da empresa no mercado. “O argumento moral tem peso suficiente, mas também há o impacto financeiro, já que a diversidade demonstrou impactar positivamente nos níveis de engajamento e de experiência dos funcionários em geral. Isso leva a empresa a ter um desempenho melhor”, afirma.
A Willis Towers Watson dá exemplos de sobra. Organizações com pelo menos um quinto das mulheres entre seus executivos apresentam dez pontos percentuais a mais no sentimento de remuneração justa (62% contra 52%) e 12 pontos percentuais a mais na percepção sobre crescimento de carreira (73% contra 61%), além de melhores índices quanto à intenção de permanecer na empresa (71% contra 61%).
Outro detalhe interessante é que possuir um líder em diversidade (CDO, na sigla em inglês) também provoca impactos positivos. Empresas com esse cargo têm uma vantagem de 11 pontos percentuais nas questões sobre inclusão (84% antes 73%). “Empresas com executivos focados na diversidade, e com planos de ação voltados a liderança para mulheres, são vistas pelos empregados como mais eficazes em proporcionar um ambiente de trabalho inclusivo, com maior clareza sobre propósito e objetivos”, aponta Erika.
Este é o segundo ano em que a Willis Towers Watson conduz uma análise com referência cruzada de dados da Bloomberg. A pesquisa vincula as práticas de diversidade com a opinião de 1,3 milhão de empregados ouvidos pela corretora, e 39 empresas participantes do Índice de Igualdade de Gênero Bloomberg 2020 (GEI).