Recente estudo divulgado pela Deloitte traz um dado bastante interessante: 97% das empresas consultadas disseram sentir falta de mais informações acerca de sua força de trabalho. Para a consultoria, essa e diversas outras respostas colhidas ao longo da pesquisa implicam que, embora as estratégias e operações corporativas tenham avançado significativamente na última década, a governança e a gestão de recursos humanos não avançaram no mesmo ritmo.
“Para melhorarem suas perspectivas, líderes precisam ser capazes de antecipar e superar desafios que um ambiente em rápida transformação apresenta”, diz a pesquisa, intitulada Tendências Globais de Capital Humano 2020. “Organizações devem começar a propor novas perguntas para encontrar métricas relevantes e práticas, que permitam inferir decisões certeiras sobre riscos e oportunidades de capital humano”.
Entre as perguntas que a Deloitte considera fundamentais, há algumas relativas a retenção (quais funcionários estão propensos a sair da empresa e por quê?), evolução do trabalho (com que frequência as funções estão mudando, quais são elas e com que intensidade?) e diversidade (colaboradores de comunidades diversas estão aptos a influenciar a organização?). Em suma, companhias que fizerem as perguntas corretas e coletarem boas métricas conseguirão gerenciar com mais habilidade seu capital humano e atrair melhores profissionais.
“Por meio de métricas como essas é possível detectar e analisar mudanças e tendências internas e externas”, avalia André Franco, CEO do Dialog.ci, app de comunicação e de RH para empresas. “As companhias que desejam compreender a eficácia de suas iniciativas internas podem usar novas ferramentas de comunicação e de análise de rede organizacional, analisando, assim, as conexões e sentimentos da força de trabalho”.
Franco cita o exemplo da Via Varejo, que adotou o Dialog.ci para se comunicar com seus 46 mil colaboradores. A plataforma tem como objetivo levar comunicação até a ponta, engajando o público de empresas como Casas Bahia, Ponto Frio e Bartira.
Já segundo a Deloitte, o principal obstáculo não está na tecnologia, mas na criatividade. “Muitas organizações estão presas a pensamentos antiquados e reciclando métricas que se mantêm por anos a fio. O desafio não é obter a informação, mas encontrar as perguntas estratégicas e corretas para se perguntar”, aponta. “Na última década, a gestão de RH se expandiu para incluir dados internos e externos, preocupações éticas e de privacidade, além de uma ampla gama de questões que são essenciais para os executivos compreenderem. Este ano, podemos dizer que a barra de exigência subiu mais um patamar”.
Para a consultoria, só assim será possível para as companhias suprir demandas que já enumeraram na pesquisa e identificar a prontidão da equipe para receber novas demandas, o progresso no desenvolvimento de uma força de trabalho mais inclusiva ou o preparo dos líderes para trabalhar com inteligência artificial.
A pesquisa completa (em inglês) pode ser lida neste link.